quarta-feira, 5 de agosto de 2009

caminhava por ai
agora só.
acompanhado apenas por pensamentos
inconsientes, permanentes
absolutamente insistentes.
era isso que sentia,
isso que incomodava.
a não presença das pessoas
a ausência das vozes
do som dos passos
a presença do vazio
e ausência de alegria.
alegria que não sentia
não via
não fazia.
presença despreenchida
ausência não sentida
solidão inseparável
angústia companheira
tempo solidificador e congelante
complexidade imcompleta.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Peço licença pra postar esse poema de alexander pope e completar com Friedrich Nietzsche. Para os que não conhecem, leiam! e para os que a conhecem leiam denovo. É sempre importante lembrar de coisas importantes.

"Feliz é a inocente vestal;
Esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida.
Brilho eterno de uma mente sem lembranças;
Toda prece é ouvida, toda graça se alcança."
Alexander Pope

"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez." - Friedrich Nietzsche

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Assustado com previsões do futuro e visões do passado hoje pude parar e analisar que tudo transcende o vivido e o imaginado...

Deixando pra tras essa tentativa de poesia barata, resolvi escrever um pouco porque a anos não exercitava esse lado ja empoeirado do meu cérebro de engrenagens enferrujadas e pensamentos preguiçosos. Resolvi escrever numa tentativa de espantar fantasmas insistentes que vem me fazendo companhia nas minhas noites de sono anestésico e sonhos caóticos com uma fantasia assustadoramente real. Antes passava por aqui e prestava toda a atenção nas coisas a minha volta, atenção de um ser vazio que admira toda a vastidão de suas cores monocromáticas tão acostumado com doses de melancolia cowboy que havia se esquecido que tudo não poderia ser suavisado com um mero on the rock, precisaria de algo que fosse ainda mais quente que me levaria a um mundo tratado por muitos como uma fantasia desaurida, mas que pra mim tinha o mais belo e inebriante tom de verde. Andei por muito tempo por essas ruas de realidades propostas por engenheiros tão vazios quanto seus tijolos usados nessa via expressa que viajamos todos os dias rumo ao cotidiano implacável depositando toda a nossa confiança em sua segurança singular. Confiamos tão cegamente que se olhássemos pros lados veríamos que os tijolos cairam e todo o concreto se foi deixando no lugar uma estrada de terra batida que leva somente a uma selva de pedras empoeiradas e metal retorcido sob um céu a muito encoberto por nuvens tão densas e cinzentas que nem o maior dos cientistas consseguiria ultrapassá-las. Um céu capaz de ser visto apenas por poucos daqueles seres, poucos desauridos daquela realidade proposta, poucos capazes de enchergar a tempo o único retorno que por pouco não lhes passa desapercebido e corajosos o suficiente pra passar pela barreira imposta pelos outros e seguir...
Seguir mesmo que os outros olhem e digam que aquela estrada não leva a lugar nenhum, seguir somente porque sabemos que essa estrada nos leva pra longe daquela cidade cinzenta. Ela nos leva pra um lugar acima das nuvens escuras, pra uma cabana de madeira no alto de uma montanha longinqua junto aquele céu de cores brilhantes que ficou a muito perdido na memória. o curioso nisso tudo é que passamos toda uma vida reclamando das coisas que dão errado, das dificuldades que passamos e das coisas que nós sonhamos que nunca consseguimos. Reclamamos tanto que quando estamos la, cara a cara com a nossa felicidade olhamos bem no meio de seus imensos olhos brilhantes e sorrimos daquele jeito sem graça como quem sorri pro mais estranho dos desconhecidos. Passamos tanto tempo sob aquelas nuvens cinzentas que nos encobriam os olhos que quando nos deparamos com as luzes brilhantes do sol ficamos cegos diante da mais pura e simples felicidade.